Intensidade dos intensos.

domingo, outubro 09, 2016


Eu tenho meus dias cinzas, os dias que não faço questão de ser, nem de colorir.

Eu tenho meus dias de neblina, nesses dias não importa se o sol queima na pele,  prefiro ser lápide.

Eu tenho meus dias em declive, que não importa se a parte da descida é mais fácil porque é só a subida difícil que me interessa.

Eu tenho meus dias de ventos fortes, saio arrancando tudo do lugar, transformando pedra em pó.

Eu tenho meus dias sós, me dispo a alma, me dispo da calma e escolho ser furacão.

Eu tenho meus dias de tempestade, que por mais que me ofereçam risos, eu prefiro o mergulho das lágrimas salgadas e profundas. Assim, como o mar.

Eu tenho meus dias de confusão, revolto, ondas fortes,  podem enganar. Nunca se sabe quando o convite é só pra  um banho ou se posso afogar.

E não culpe essa minha natureza, quem aprecia sua beleza sabe que há muita destreza por trás dela também.

Que tudo tem dois caminhos, como as rosas tem espinhos, o destino de cada um sozinho é desabar.

E o desbunde dessa correnteza  se dá nas represas de quem tem sorte de aguentar o fim de toda rota, o fio do tornado, a linha tênue e todo o cuidado de adentrar nesse confuso ar .

O ar da turbulência, tremido, longe de toda inocência, a iniquidade que só existe na intensidade dos intensos.

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