A Realidade

segunda-feira, setembro 15, 2014


Hoje não venho falar sobre produtos, sobre livros, sobre culinária ou sobre qualquer outra tema recorrente aqui no blog.
O assunto de hoje é sobre situações que a vida tem me proporcionado viver e ver de perto.

No inicio desde ano estive pela primeira vez em um abrigo de crianças, lembro que estar lá foi a sensação mais diferente que eu já senti na minha vida. Embora, eu me alegrasse em ver o quanto aquelas crianças eram bem tratadas, recebiam atenção e carinho ali naquele lugar; eu também me sentia triste por saber que algo ruim aconteceu a elas para que elas fossem parar em um abrigo.

E bastaram alguns minutos de observação, para que eu pudesse perceber as marcas que aquelas crianças carregavam. Não falo de marcas físicas mas sim de marcas na alma.
Olhando superficialmente é possível não sentir nada e nem perceber nada. Porém eu nunca fui de olhares superficiais, então é inevitável não me envolver ou não sentir algo nesses casos.
No meio de um sorriso inocente há um olhar triste, no meio de uma conversa sobre brincadeiras há frases de suplica como : "- Tia, quero ir pra casa. Estou com saudade da minha mãe."

Lembro que assim que sai da primeira visita ao abrigo, a sensação que tive era que tinha levado uma  "porrada" da vida e que nada mais seria igual. Seria impossível vivenciar essa experiência e simplesmente continuar vivendo a vida como antes. 

Estive nesse mesmo abrigo mais algumas vezes e inclusive no último Sábado fui à uma festa organizada para arrecadar fundos para ajudá-los.
E mais uma vez vivi experiências que jamais pensaria viver. Pude conversar e brincar com algumas crianças e vi o quanto a violência do passado ainda é um fantasma que assombra muitas delas.


O que me impressiona além do fato de existirem adultos ruins o suficiente para violentarem crianças psicologicamente, moralmente, sexualmente ou fisicamente. É  fato de muita das vezes nós virarmos as costas para esses casos, mudarmos de canal na hora em que passa na TV, virarmos a cara ao em vez de darmos as mãos para ajudarmos uma criança ou qualquer outro ser humano que esteja sofrendo por violências de qualquer gênero... O que me impressiona é ouvir frases como : "- Não sei como você tem coragem de ir nesses lugares e ver essas crianças que foram maltratadas", "- Eu não gosto de ir nesses locais pois a carga espiritual é muito grande", "- Eu sei que tem gente passando problema, mas eu também tenho problemas."
São atitudes cheias de "Eu" que me impressionam de maneira pejorativa, que me irritam e me enojam.

Já pararam pra pensar que muitas das vezes perdemos  tempo focando em problemas bobos? Remoendo raiva do vizinho que não deu bom dia. Reclamando que o amigo não ligou pra chamar pra sair... Que tá sozinho e abandonado porque os amigos não dão mais atenção... É tanto "eu e meu umbigo" e tanto "mimimi".
Que muita das vezes esquecemos de olhar pra realidade, pra onde realmente há problemas, onde realmente há abandono.


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2 comentários

Comentário(s)
2 Comentário(s)
  1. Oi, Luisa!
    Eu sonho em adotar uma crianca futuramente, nunca fui a um abrigo como voce, mas sempre tive esse desejo. Nunca vou engravidar mesmo,porque detesto cirurgia. Tenho muito medo quando eu fico doente, do jeito que sou paranoica. heuhue
    Gostei que voce citou que algumas pessoas nao valorizam o que tem. Eu tenho tentado extrair ao máximo contentamento pelas coisas que eu tenho. Olhar para a realidade faz com que eu me sinto pior, ao mesmo tempo que melhor. Me sinto melhor por estar relativamente bem, e pior pela situação triste. Mas pelo menos sei que irei ajudar, o que me deixa melhor ahuehue
    Adorei que voce tenha tocado no assunto.

    conclusoesnoturnas.blogspot.com.br

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    1. Oi Vanessa!
      Eu também sonho em adotar e acredita que eu tenho esse desejo desde quando era criança?
      Também tenho medo de cirurgia. :P
      Mas pretendo ter um filho biológico também ^^
      Van, o importante é valorizarmos o que temos sabe? Por mais que as vezes pareça ser pouco não é.
      Beiijos e obrigado pelo carinho de sempre!

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